A Síndrome da Imunodeficiência Humana Adquirida – AIDS é até atualidade, tema que move a comunidade científica, motivando esforços globais dos pesquisadores, no encontro não apenas da cura, mas de melhorias constantes na qualidade de vidaDra Daniela Vinhas Bertolini, Pediatra e Infectopediatra – CRM 85228 oferecidas aos pacientes infectados pelo HIV.
Após mais de 30 anos de sua identificação, a aids pode ser considerada a maior pandemia do século XX, sendo a sexta principal causa de morte no mundo segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2011 e a terceira considerando-se apenas países de baixa renda. No ano de 2012, a OMS estimou haver 35,3 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids em todo o mundo, sendo 32,1 milhões de adultos e 3,2 milhões de crianças menores de 15 anos. Segundo dados de 2010, do Ministério da Saúde do Brasil, a aids encontrava-se na 15º posição como causa básica de morte em nosso país
Desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, o Brasil tem 656.701 casos registrados de aids (condição em que a doença já se manifestou), de acordo com o último Boletim Epidemiológico Nacional.
As formas de transmissão são bem estabelecidas, sendo possível a transmissão sexual, através do compartilhamento de agulhas ou seringas contaminadas, da mãe infectada para o filho durante a gestação, parto (se o tratamento adequado não ocorrer) ou durante o aleitamento materno, transfusão de sangue contaminado (forma pouquíssimo provável nos dias atuais) e através de instrumentos que furam ou cortam não esterilizados, contaminados com HIV (no caso de acidentes com material biológico).
Na atualidade, umas das maiores preocupações dos Programas de Aids do País, é a elevação das taxas de incidências entre os jovens, de ambos os sexos, mas de forma especial os de homens que fazem sexo com homens. Dados apontam que, embora eles tenham elevado conhecimento sobre prevenção da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, há tendência de crescimento do HIV nesse grupo, por conta de uma série de fatores, como uso de álcool e drogas, múltiplas parceiras, promiscuidade, ausência de uso de preservativo nas relações sexuais e pela própria característica da adolescência de “imunidade” quando exposto a qualquer perigo, acreditando que ele nunca será infectado, apesar de um comportamento considerado de alta vulnerabilidade para adquirir não apenas o HIV mas também outras doenças sexualmente transmissíveis.
Entre os jovens do sexo masculino de 15 a 19 anos de idade a incidência de casos de aids praticamente dobrou, passou de 2,4 casos em 2007 para 4,2 em 2014; entre aqueles com 20 a 24 anos, houve elevação de 16,5 para 26,7 por 100.000 habitantes-ano, respectivamente. Vale aqui ressaltar que jovens, do sexo masculino, homens que fazem sexo com homens, muitas vezes não tem esse comportamento sexual fixo e imutável, tendo relações muitas vezes também com jovens do sexo feminino e por conta disso as adolescentes também são muito expostas ao risco.
A melhor forma de prevenção em todas as faixas etárias, mas especialmente na adolescência é a orientação e informação, por todas as fontes, família, escola, serviços de saúde. É fundamental que esse seja um assunto abordado pelos pais com os adolescentes, de forma clara e transparente.
Além disso, a testagem precoce é fundamental para o tratamento em tempo adequado. O diagnóstico tardio do HIV contribui para a morte de 8 pessoas por aids todos os dias no Estado de São Paulo. Todas as pessoas sexualmente ativas, o que inclui os jovens, devem ser rotineiramente testados através da sorologia convencional ou dos testes rápidos para HIV, disponíveis no sangue ou fluido oral (saliva).
Em sua 8ª edição, a Campanha Fique Sabendo, iniciou-se dia 25/11 com objetivo de testar o maior número possível de pessoas do Estado. Cerca de 40 mil profissionais da saúde estão espalhados em unidades da capital e do interior de São Paulo, para realizar exames 350 mil exames de sífilis e HIV. Neste ano, 568 municípios participam da campanha. O teste é gratuito e está disponível em todas as unidades de saúde e em vários locais móveis distribuídos pela cidade.
Os endereços onde os testes estão sendo realizados estão disponíveis no site http://www.saude.sp.gov.br/centro-de-referencia-e-treinamento-dstaids-sp/
Fonte:
http://www.aids.gov.br/pagina/aids-no-brasil
Dra Daniela Vinhas Bertolini, Pediatra e Infectopediatra – CRM 85228