Nosso Blog

Criança com febre pode ir à escola?

 Febre não é uma doença; é na verdade um sintoma, e dos mais frequentes nas crianças, que  indica na maioria das vezes, a presença de alguma infecção ou inflamação. A definição de febre,  segundo os novos parâmetros da Sociedade Brasileira de Pediatria, é quando a temperatura  axilar ultrapassa 37,3⁰C. É super importante dizer que muito mais do medicar a temperatura em  si, o importante é avaliar quanto de desconforto ela está causando, pois temos crianças que com  37,2°C estarão muito mal e outras com 38,5°C que estarão brincando, ou seja, cada um tem uma  repercussão diferente dessa temperatura mais elevada.  

 Habitualmente junto com a elevação da temperatura, temos alguns sintomas como mal estar,  a aceleração do pulso, frequência cardíaca, respiração, extremidades mais frias, sensação de  frio, calafrios ou tremores, transpiração excessiva e desanimo ou prostração. Nesses quadros,  mesmo se a temperatura for branda, sempre vale a pena medicar.  

 Bebês nascem com o sistema imunológico imaturo, demorando alguns anos para que seu  desenvolvimento esteja completo. Dessa forma, tanto os bebês quanto as crianças em idade  pré-escolar são mais susceptíveis a infecções. A ida a escola, principalmente em idades precoces,  facilita a aquisição de quadros infecciosos. Em contrapartida, a maior exposição das crianças a  esses agentes infecciosos, promove certo amadurecimento da imunidade. 

 As infecções mais comuns em ambiente escolar são as virais, sendo febre um dos sintomas mais frequentes. Nas infecções virais a febre pode durar de 3 a 4 dias e ir embora sem nenhum  tratamento específico.  

 O afastamento da creche ou escola sempre é um questionamento dos pais. Ele de fato é  necessário? Qual sua importância? 

 Sabemos e compreendemos a necessidade da criança frequentar a creche ou escola e mesmo  a dificuldade de ficar afastado; hoje o estar na escola, especialmente para crianças pequenas,  muitas vezes vai além das questões pedagógicas, já que é um grande apoio na vida das famílias,  no sentido de ser o local seguro que as crianças ficarão, enquanto os pais trabalham. Apesar de  termos total conhecimento desse panorama, quando há febre o afastamento das atividades  escolares é necessário!!! 

 O distanciamento da escola tem dupla função. Ele protege tanto quem está na escola e não  está doente de ser infectado por esse novo vírus ou bactéria circulante, quanto a própria criança  doente de não ser contagiado por uma nova infecção, já que quando essa adoece, acaba por  ficar fragilizada e muito mais susceptível a outros agentes infecciosos que podem estar  presentes na escola. 

 Além disso, quando qualquer um de nós fica com febre, é esperado que junto com o quadro,  apresente indisposição para o trabalho ou tarefas do cotidiano. As crianças se comportam da  mesma forma, não tendo com certeza, o ânimo necessário para participar das atividades  propostas pela escola. Ficar em repouso ou diminuir o ritmo, além de ter uma alimentação  fracionada e oferecida com maior frequência, sempre colaboram na recuperação. O melhor  lugar para a criança permanecer durante o quadro febril, é na sua casa, sob monitoramento,  cuidados, tratamento e repouso.

 Importante ainda ressaltar que além desses objetivos de proteção, monitoramento e  conforto para criança, em várias situações, o afastamento orientado pelo pediatra é obrigatório  e não opcional da escola ou dos pais. Isso ocorre, pois, várias doenças como por exemplo covid,  influenza, sarampo, varicela, escarlatina, coqueluche, conjuntivite, doença mão-pé-boca entre  outras são altamente contagiosas e o paciente deve permanecer em isolamento na sua casa.  

 Orientamos que sempre entrem em contato com seu pediatra quando acontecer a febre. Ele  será a pessoa ideal para avaliar e fornecer orientações adequadas para o quadro, o que inclui o  tratamento e avaliação da necessidade de afastamento, assim como a liberação e escolha do  melhor momento para a criança retornar as atividades da escola. 

Em caso de dúvidas, procure sempre orientação de um profissional de saúde. 

Dra. Daniela Vinhas Bertolini, Pediatra e Infectologista Pediátrica – CRM 85228

Está gostando do conteúdo? Compartilhe.

Deixe um comentário