Essa é uma dúvida muito comum dos pais, afinal cair e bater a cabeça faz parte quase que da normalidade das crianças, sendo um dos acidentes mais comuns da infância.
Quando ocorre esse tipo de acidente é muito importante avaliar a idade da criança envolvida, a gravidade do acidente, o estado geral da criança e realizar a observação de sinais de alerta para complicações. Esses aspectos somados indicarão a necessidade de avaliação no serviço de pronto atendimento ou não.
Como orientações gerais, indicamos a necessidade de ida ao pronto socorro se houver:
- queda de criança menor de 3 meses de idade
- queda de mais de 1 metro de altura em crianças menores de 2 anos ou 1 metro e meio para maiores de 2 anos
- queda de escada, bicicleta sem capacete, acidente automobilístico
- hematoma na região das têmporas e na região de trás da cabeça
- sangramento pelo ouvido ou nariz
Sobre os sinais de alerta para complicações devemos sempre estar atentos a presença de vômitos, alteração de comportamento, perda de consciência, dor importante, hematoma muito extenso ou sonolência. A sonolência ou alteração do nível de consciência, com dificuldade de se manter acordado pode mesmo indicar complicações e por isso que manter a criança acordada nas primeiras horas após a queda é recomendável. Quando a família permite que a criança durma perdemos esse parâmetro de observação. O dormir em si não causaria nenhum dano, mas dificulta a avaliação médica caso essa seja necessária. Caso o acidente ocorra muito próximo ao horário de sono normal da criança e estiver muito difícil mantê-la acordada, o ideal é que os pais fiquem acordando a criança em intervalos regulares para checar se está tudo bem.
Sendo assim não é toda queda que precisa ir ao pronto socorro. Idas desnecessárias podem submeter a criança a riscos, principalmente nos tempos atuais e com alta circulação de vírus respiratórios. Quando for necessário a ida ao pronto socorro, habitualmente é indicada a avaliação radiológica com radiografia ou tomografia computadorizada de crânio e encéfalo. Caso não seja necessário procurar o serviço de pronto atendimento, compressas de gelo são indicadas no local do trauma para evitar a formação de hematomas. Em caso de dúvida, converse com seu pediatra.
Dra. Daniela Vinhas Bertolini, Pediatra e Infectologista Pediátrica – CRM 85228