Ter um bebê que dorme a noite toda é uma sorte para poucos. Será que essa afirmação está certa??
Realmente um número considerável de famílias enfrenta problemas com o sono do bebê. Isso nem sempre é um problema, mas sim o reflexo do padrão normal de sono dessa fase na qual o bebê de fato acorda muitas vezes a noite, devido ao seu momento de desenvolvimento neurológico, traduzindo o que chamamos de sono polifásico. No segundo semestre de vida aí sim o bebê pode começar a dormir mais horas seguidas de noite, mas é importante lembrar que isso é muito individual, ou seja tem crianças que demoram para engatar no sono contínuo.
Ambientes agitados e falta de rotina atrapalham muito na educação do sono da criança. Algumas medidas também auxiliam na regularização do sono. Uma delas é não atender ao bebê, especialmente os maiores de 6 meses, a qualquer choro. Após verificar que está tudo bem, ou seja, está limpo, alimentado, agasalhado o suficiente para aquele momento, o bebê pode tentar ser acalmado sem o pegar, apenas com a sua voz ou tato, aguardando para ver se ele não consegue voltar para o sono por si só. Várias pesquisas mostram que não há impacto negativo disso, nem mesmo emocional ou desenvolvimento de traumas.
Outras medidas que ajudam é a participação do pai no processo e ritual do sono (dividindo as tarefas com a mãe), dormir em cama própria, não usar TV ou qualquer eletrônico como indutor do sono, não adormecer no colo, ter uma rotina do sono bem estalecida (horários, rituais pré sono, etc) e por último muita paciência. Alguns adormecem mais facilmente outros não, mas com alguns ajustes todos acabam dormindo para sorte deles e alegria dos pais. Tenham paciência e sigam uma rotina.
Dra Daniela Vinhas Bertolini, Pediatria e Infectologia Pediátrica – CRM 85228