Que a taxas de obesidade no Brasil tem avançado cada vez mais, você já deve saber. Pesquisas recentes, como a Pesquisa Nacional em Saúde (PNS, 2013), mostram que 57% dos brasileiros acima de 18 anos está com excesso de peso. Nas crianças, cerca de 15% da população menor de seis anos de idade, e cerca de 20% entre os adolescentes. Estes números são alarmantes porque o excesso de peso se relaciona fortemente com o desenvolvimento de doenças futuras. Quando a criança se desenvolve já com excesso de peso, a chance de permanência do quadro na vida adulta é enorme; e tornando-se pais obesos, influenciam no comportamento e na herança genética passada a seus filhos, que também terão maior risco para o excesso de peso, formando um ciclo sem fim. Mas essa também não é nenhuma novidade.
Dentre vários fatores que podem ajudar a prevenir o excesso de peso, você sabia que comer frutas, legumes e verduras regularmente pode realmente ajudar? Se você pensou logo de cara que isso acontece porque as frutas apresentam baixo teor de calorias e de gordura, e alto percentual de fibras, acertou. Este grupo de alimentos contribui para a sensação de saciedade e auxilia a reduzir a ingestão total dos alimentos. Por este motivo, órgãos como a OMS, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam o consumo mínimo de 400 g/dia, equivalente a cinco porções diárias desses alimentos para todas as idades. Infelizmente, a ingestão adequada no Brasil é muito baixa, menos de 30% dos brasileiros (de todas as faixas etárias) costuma comer frutas, legumes e verduras nas quantidades adequadas, segundo diversas pesquisas com todas as faixas etárias e em várias regiões do país.
O que você pode fazer para incentivar o consumo das frutas desde cedo na vida do seu pequeno?
- Comece desde a gravidez! As características da dieta da mãe estimulam olfato e paladar do bebê via líquido amniótico desde o 2º trimestre gestacional e também via leite materno. Diversos estudos têm demonstrado que a exposição frequente e regular da mãe a frutas, legumes e verduras favorece a aceitação mais rápida destes alimentos durante a alimentação complementar da criança e reduz a frequência e gravidade de dificuldades alimentares até os 7 anos, pois os sabores e cheiros já serão familiares. Além disso, comer frutas regularmente durante a gestação e amamentação contribui para o consumo de fibras, que está relacionado a menores frequências de obesidade no pós parto.
- Exponha os pequenos aos alimentos! O consumo de frutas é muito influenciado pela disponibilidade destes alimentos em casa. Entretanto, essa disponibilidade depende de muitos fatores, desde o ambiente familiar até a alimentação escolar. Por isso, vocês devem dar o exemplo!
- Facilite o acesso em casa, deixe as frutas em recipientes transparentes e atrativos!
- Deixe as frutas sempre ao alcance dos olhos!
- O ideal é que todo almoço e jantar contenham vegetais (saladas, legumes e verduras) e que o pequeno consuma ao menos 3 porções de frutas por dia!
- Mude as formas de preparo e as combinações! Utilize picadas, inteiras, secas em formato chips, misturadas com iogurtes, geleias, saladas, sozinhas no intervalo entre as refeições, cozidas, em creme, como sobremesas, batida com leite, como picolés ou gelinhos caseiros, em sucos (mas não em excesso), etc. Use a sua imaginação!
Comece este hábito hoje!
Fontes:
Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) – Instituto da Infância – IFAN; 2014;
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