Conhecida por ser uma das enfermidades mais comuns na infância, a varicela, também conhecida como catapora, é uma doença infecciosa e contagiosa causada pelo vírus Varicela-Zoster.
A varicela atinge principalmente crianças entre dois e dez anos, mas pode afetar também os adolescentes e adultos. Apesar de bastante desconfortável, a grande maioria dos pacientes tem evolução benigna; porém quando as complicações ocorrem, elas podem ser extremamente graves, gerando internações e tendo inclusive potencial para levar ao óbito. 2 a 6% dos pacientes menores de 15 anos evoluem com complicações, sendo os óbitos 25x mais prováveis nos adultos com complicações do que nas crianças.
Dados do Brasil, da era pré-vacinal nos serviços públicos, mostravam anualmente 3 milhões de casos de varicela, gerando cerca de 880 mil consultas ambulatoriais, 4500 hospitalizações e 120 óbitos.
A transmissão ocorre por contato direto com saliva, secreções ou via respiratória e os primeiros sintomas são febre, mal-estar, falta de apetite, dores de cabeça e cansaço, como uma virose. Dois a três dias antes de aparecerem as lesões na pele, o paciente já poderá estar transmitindo a doença através da via respiratória. Após o período de incubação, surgem lesões avermelhadas pelo corpo que em seguida transformam-se em pequenas bolhas; essas ao se romperem, formam feridas, seguidas de crostas que provocam coceira; após alguns dias as crostas caem e a pele volta ao normal. Até que todas as lesões fiquem com crostas, o paciente estará transmitindo a doença e deve ficar isolado.
A doença dura em média sete a dez dias, tendo maior incidência durante o inverno e no início da primavera. Entretanto é possível contraí-la em qualquer época do ano. Por isso é fundamental a prevenção por meio de vacinas. A eficácia da vacina é extremamente alta (superior a 95% de proteção), pode ser aplicada inclusive em adultos, sendo muito segura, com ação protetora duradoura e baixa possibilidade de efeitos colaterais. Deve ser aplicada aos 12 meses de idade, com segunda dose realizada após 3 meses, segundo as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria e de Imunizações. A vacina foi implementada pelo Ministério da Saúde do Brasil, em agosto de 2013, sendo administrada em rede pública para crianças de 15 meses de vida, ainda como dose única (vacina tetra viral).
O tratamento da doença é apenas sintomático, podendo ser utilizados antitérmicos e medicações para alívio da coceira quando necessário. A doença é auto-limitada. Os pacientes devem ficar isolados, devendo ser afastados da escola ou trabalho durante o período da doença para não contagiar outras pessoas. É recomendável ainda que o paciente sempre seja submetido a uma avaliação médica para orientações e prevenção de complicações.
A vacina é a melhor forma de prevenção da doença, devendo ser sempre estimulado seu uso em pacientes sem histórico prévio da doença.
Dra Daniela Vinhas Bertolini, Pediatria e Infectologia Pediátrica – CRM 85225