A exposição solar excessiva na infância aumenta o risco de câncer de pele na idade adulta. 80% de toda radiação solar que recebemos durante toda a vida ocorre nos primeiros 18 anos de idade, pelo fato das crianças realizarem muitas atividades ao ar livre, nem sempre utilizando medidas de fotoproteção. Outros fatores que se somam são as tendências culturais e sociais que aprovam o bronzeado, bem como a depleção da camada de ozônio.
O único fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele que pode ser modificado, é a exposição solar em excesso. Câmaras de bronzeamento artificial são uma causa importante de câncer de pele em adolescentes e foram proibidas em 2009 pela ANVISA no Brasil. Não há bronzeamento artificial seguro.
Não se recomenda a exposição solar sem proteção em qualquer horário como fonte de síntese de vitamina D. Não está comprovado que a aplicação regular e diária de filtro solar da forma como ela é feita pela população leve à deficiência de vitamina D.
MEDIDAS DE FOTOPROTEÇÃO
- Evitar exposição solar especialmente entre as 10 e 15 horas ou entre 11 e 16 horas (horário de verão)
- Usar roupas e bonés adequados
- Óculos com proteção solar
- Filtros solares com FPS 30 ou mais
- Proteger-se também nos dias nublados
- Proteger-se mesmo que a pele esteja bronzeada
As roupas normalmente proporcionam fator de proteção ultravioleta (FPU) entre 2 e 12. O nylon, a seda e o poliéster tem maior fator de proteção que o algodão, a viscose, o rayon e o linho. A proteção é maior quanto menor os espaços entre os fios e quanto maior for o peso e a grossura do tecido. Colorações escuras aumentam a proteção 3 a 5 vezes do tecido. Por isso, se o algodão for grosso e escuro pode conferir proteção maior que outros tecidos. As roupas quando molhadas perdem metade do FPU.
O uso do filtro solar é fundamental para proteção. Esse deve ser aplicado 15 a 30 minutos antes da exposição solar e reaplicado a cada 2 horas ou após imersão na água ou transpiração excessiva. Os filtros em spray são práticos, mas a cobertura é seguidamente inadequada e por isso devem ser evitados.
Podemos dividir didaticamente os filtros solares em físicos e químicos. Os físicos atuam como barreira física, principalmente refletindo os raios UV, contendo pequenas partículas de dióxido de titânio e óxido de zinco e outros minerais como talco e calamina. Não são irritantes, nem sensibilizantes. Os protetores químicos atuam principalmente absorvendo UVA e raios UVB, possuem maior risco de dermatite de contato, mas tem maior aceitação cosmética.
RECOMENDAÇÕES PARA O USO DO FILTRO SOLAR CONFORME A IDADE:
- Bebês até os 6 meses: não é recomendado exposição solar prolongada (praia, piscina). Na criança, se considera que 15 minutos duas ou três vezes por semana são suficientes (sem o uso do filtro solar) para manter níveis adequados de vitamina D.
- Crianças de 6 meses aos 2 anos: a recomendação é utilizar somente filtros 100% físicos (filtro” baby” ou “mineral”) .
- Crianças maiores de 2 anos: é recomendado uso de filtro solar infantil que são,em geral, uma mistura de filtros químicos e físicos.
Fonte: http://www.sbp.com.br/src/uploads/2012/12/Fotoproteo-na-infancia-e-adolescencia-para-o-pediatra-2015.pdf
Dra. Daniela Vinhas Bertolini, Pediatria e Infectologista Pediátrica – CRM 85228