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O controle dos esfíncteres – quando tirar a fralda do seu filho?

QUANDO ELE ESTIVER PREPARADO!!!

A cultura ocidental impôs a exigência de que os esfíncteres passem a ser controlados por volta dos dois anos de idade e com isso essa questão se transformou em um problema. Se pudermos observar sem preconceito o processo natural de controle dos esfíncteres, fica evidente que as crianças passam a realizá-lo depois de 3 ou 3 anos e meio, dependendo da  maturidade neurofisiológica e do desenvolvimento afetivo/emocional da criança.

No entanto, os adultos vivem muito preocupados com esta questão. Não querem perder tempo. Basta a criança começar a falar “xixi” e “cocô” acham, imediatamente, que chegou a hora de se livrar das fraldas. E tiram as fraldas! Isso significa “arrancar” o apoio, a proteção, a segurança, o contato, o cheiro, enfim, uma parte dela mesma, acreditando estar ajudando a criança a crescer.

Vale lembrar que cada criança é única, e decidir tirar as fraldas porque “chegou o verão” ou porque “ela fez 2 anos” e precisa aprender é ignorar a individidualidade e especificidade da criança. Entre o reconhecimeto de um funcionanento específico do próprio corpo e a maturidade neurofisiológica para controlá-la, é necessário um tempo.

A questão é: por que os adultos ficam tão ansiosos e se preocupam tanto com a conquista dessa habilidade, já que, assim como acontece com outros aspectos do desenvolvimento normal das crianças, será alcançada na hora adequada, ou seja, quando a criança estiver madura?

Existe uma pressão social, que acaba sobrecarregando os pais e prejudicando as crianças, uma vez que, ao exigirmos que elas resolvam situações que não estão em condições emocionais ou não têm maturidade para resolver, estamos criando um problema.

O controle das esfíncteres é lento, como todos os outros processos relacionados à criação de um filho. É árduo para os pais transitarem entre a velocidade do tempo em que vivem e a lentidão da criação. No entanto, quando tentamos acelerar os processos, logo aparecem as regressões, que, definitivamente, tem o dom de curar, representam um voltar a viver.

Muitas vezes, as crianças são submetidas à um nível de violência pressionadas por exigências que não podem satisfazer e que acabam se transformando em outros sintomas (angústias, terrores noturnos, choros desmedidos, doenças, apatia).

Sendo assim, se os pais perceberem que tomaram uma decisão precipitada ao tirar as fraldas, podem e devem voltar atrás, conversando com a criança e reconhecendo que ainda não chegou a hora.

O processo de controle dos esfíncteres, tão importante na vida do ser humano, deve ser tratado da forma mais natural possível, com muito respeito, amor, paciência e carinho.

Acompanhar nossos filhos é aceitar os processos de amadurecimento e crescimento.

Luciana B. Fantacini Skowronek, Psicóloga – CRP 06/48.642

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