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Meu filho não come nada!

Diariamente nos deparamos com essa queixa no consultório.

Resolvi escrever esse artigo para dar algumas dicas de como driblar essa situação.

Mas antes de mais nada, precisamos explicar algo muito importante: os pais/ cuidadores determinam o que vai ser ofertado para a criança comer e o horário , mas é a criança que vai determinar o quanto vai comer.

A quantidade de comida pode variar bastante e pode ser influenciada por vários fatores como dentição, doença e até mesmo cansaço em horários pós escola.

Lanches devem ter um intervalo de pelo menos 2 horas do almoço e do jantar.

A criança deve se sentar à mesa em cadeira que a deixe confortável , mas segura.

O tamanho do prato deve ser apropriado, assim como os talheres.

Por esse motivo, o acompanhamento periódico com o pediatra é imprescindível, afim de avaliar se mesmo com essa variação na aceitação alimentar, a criança continua a se desenvolver adequadamente em relação ao peso e à estatura.

Se necessário, exames laboratoriais podem ser solicitados para uma melhor interpretação.

A alimentação deve fornecer os nutrientes necessários, mas deve antes de mais nada, ser um momento prazeroso.

Dito isso, vamos ao que interessa!

Para crianças com dificuldade para aceitar verduras e legumes, bater chuchu ou cenoura ou couve e bater com a água que vamos preparar o arroz ou água de beterraba para preparar o feijão.

Oferecer os mesmos alimentos já recusados em outra forma de preparação, com outra aparência e outra textura também é uma maneira de aumentar a aceitação.

A sopa de legumes também é uma opção bem interessante, pois podemos colocar vários tipos de legumes, mas tente cortar em cubinhos, sempre evitando de bater no liquidificador, para manter as fibras mais íntegras.

Para crianças que estão relutantes em aceitar carne, tente utilizar carne moída.

É prático e as crianças não tem problemas para mastigar.

Fazer um hamburguinho caseiro também costuma ser uma boa escolha para agradar os pequenos. O mesmo pode ser feito com frango moído.

Se o problema está em alguma fruta, tente fazer uma salada de frutas , colocando uma quantidade menor da fruta em questão e vá aumentando progressivamente.

Se a criança prefere doces às frutas, em primeiro lugar, mude os hábitos da casa, e evite manter doces e guloseimas na despensa e principalmente ao alcance da criança. Muitas vezes, os hábitos inadequados vem dos próprios pais.

Tente começar fazendo uma maçã ou banana cortada em cubinhos , com um pouco de canela e uvas passas. Leve ao fogo por alguns minutos para amolecer um pouco e misturar os sabores.

Se a criança tem preferência por chocolate, comece cortando uma banana em rodelas e salpicando cacau por cima.

Ela aceitará com mais facilidade, coisas que já conhece e gosta.

Outra opção para trocar os doces industrializados por uma versão caseira e saudável, é fazer um doce de abóbora com côco fresco. Além de deliciosa, é rica em fibras!

Outra situação comum é a recusa de leite. Isso ocorre com maior frequência após a criança passar a tomar leite no copo normal ou de transição.

O leite é muito importante, pois é a principal fonte de cálcio.

Diante da recusa ou diminuição da aceitação, tente oferecer iogurtes, queijos ou mingau.

O ambiente na hora da alimentação é muito importante. Não haverá sucesso em tentar a criança comer um alimento para o qual um ou os dois pais fazem cara feia ou de nojo.

Castigar ou dar recompensas para fazê-la comer também é um erro.

Incluir a criança na escolha dos alimentos, como ir com ela ao varejão ou à feira, e também na hora do preparo de algum alimento, pode trazer um interesse maior sobre os alimentos.

Se você ainda tiver dificuldades ou dúvidas, converse com o pediatra ou o nutrólogo.

Dra. Claudia G. F. Troccoli Menezes, Gastropediatra – CRM 69769

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