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Grupos de incitação ao suicídio e à automutilação em crianças e adolescentes

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta os pais e responsáveis sobre a importância do diálogo com as crianças e adolescentes para evitar a exposição desse grupo vulnerável às comunidades ou “jogos” em ambiente virtual (sites, redes sociais, grupos WhatsApp) que estimulam a prática do suicídio, da automutilação e da participação em atividades de alto risco, entre outros problemas.

A entidade também está preocupada com o modo como a imprensa e os formadores de opinião abordam o problema. O alerta, que também é direcionado aos pediatras, vem junto a uma série de situações relatadas recentemente no Rio de Janeiro, Mato Grosso e Paraná. Nestes Estados, as autoridades policiais apuram casos de suicídio de jovens, após suposta exposição a este tipo de conteúdo inadequado.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta importantes recomendações sobre a prevenção ao suicídio. Da lista, se destacam:

– A família, a escola, o poder público e a sociedade em geral devem dar atenção aos grupos mais vulneráveis da população, sobretudo adolescentes com histórico de depressão, tentativas de suicídio e outros sofrimentos psicológicos graves;

– O diálogo com as crianças e os adolescentes precisa ser estimulado, sendo que jamais pode ser minimizado ou subestimado o que falam e é necessário estar atento aos sinais de angústia e sofrimento;

– Segredos, tabus e ordens sem mediação em família aumentam a sensação de opressão do adolescente e as proibições sem justificativas podem ser contraproducentes;

– Os pais devem assistir filmes ou jogos online com seus filhos e saber ou comentar sobre os conteúdos que abordam violência ressaltando os cuidados de proteção;

– Sinais de tristeza, depressão ou angústias e transtornos de comportamento devem ser motivos de conversa;

– É importante estar próximo dos adolescentes e verificar que tipos de lazer virtual buscam nas redes sociais e reforçar as regras de senhas de segurança, privacidade e bloqueios de mensagens indevidas ou não solicitadas;

– Profissionais, como médicos pediatras, devem ser consultados na existência de dúvidas sobre o tratamento adequado nessas situações;

– Na abordagem pela imprensa ou em páginas de influenciadores digitais deve ser evitada a veiculação de nomes, detalhes e recursos, entre outros pontos, que atraiam a atenção e estimulem a curiosidade;

– O acompanhamento do uso da internet, das redes sociais e dos grupos de WhatsApp por crianças e adolescentes deve ser feito de forma clara e transparente pelos pais e responsáveis. A proibição de acesso ou o confisco de aparelhos são medidas pouco efetivas e que podem ser substituídas por diálogo e cumplicidade, o que ajuda na prevenção de riscos e fortalece vínculos de confiança que devem existir entre pais e filhos e alunos e professores.

Ainda a partir das recomendações constantes do Manual de Orientação para os Pais (disponível em https://www.sbp.com.br/sbp-em-acao/saude-de-criancas-e-adolescentes-na-era-digital), a SBP reforça a importância de estar atento aos seguintes sinais de alerta:

  • Diálogos, uso de palavras ou desenhos que demonstrem preocupações sobre morte, suicídio, vontade de sumir ou ferimentos e lesões corporais;
  • Gestos ou tentativas de suicídio ou histórias de suicido na família
  • Isolamento de amigos ou do convívio familiar
  • Perda de interesse em atividades que costumava fazer com a família ou na escola;
  • Baixo rendimento escolar e recusa de ir à escola;
  • Mudanças de hábitos de sono e alimentares e de comportamento em geral;
  • Mudanças dos hábitos alimentares (perda ou aumento de apetite);
  • Irritabilidade fácil e exagerada, choros frequentes ou crises de raiva;
  • Comportamentos autodestrutivos de automutilação, uso de álcool e drogas ou exposição às situações de risco exageradas e constantes;
  • Situações de bullying/cyberbullying recentes;
  • Abuso sexual prévio ou recente;
  • Postagens nas redes sociais de assuntos e mensagens que levam a baixa autoestima;
  • Interesses em filmes violentos, terror e muitas horas assistindo estes tipos de filme, violência gera violência.

Confira artigo completo no site da Sociedade Brasileira de Pediatria (fonte) http://www.sbp.com.br/sbp-em-acao/sbp-alerta-sobre-como-prevenir-exposicao-de-criancas-e-adolescentes-a-grupos-de-incitacao-ao-suicidio-e-a-automutilacao/

Dra. Daniela Vinhas Bertolini, Pediatria e Infectologista Pediátrica – CRM 85228

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