A caxumba ou parotidite epidêmica é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus, cuja principal característica é o aumento das glândulas salivares (parotidite). 30 a 40% dos indivíduos infectados apresentam infecção inaparente, o que contribui para a disseminação da doença.
Os sintomas são a parotidite, que aparece com um inchaço na frente do ouvido e no ângulo da mandíbula em um ou nos dois lados, podendo estar associado a febre, dor de cabeça, dor muscular, perda de apetite. Não há um tratamento específico para a caxumba, sendo aconselhável repouso e medicamentos para controle da febre e a dor.
A caxumba é transmitida pelo contato direto do indivíduo suscetível com a pessoa infectada por meio de gotículas de secreção da orofaringe. O período de incubação é de 16 a 18 dias, podendo ocorrer até 25 dias após a exposição.
A recomendação de isolamento social com afastamento das atividades habituais é de 5 dias após o início do edema da parótida.
Uma complicação comumente descrita na adolescência é a orquite, que é a inflamação aguda ou crônica do testículo, e quando não tratada adequadamente pode levar a impotência ou esterilidade. Outra complicação rara, mas possível, é a meningite viral.
A suscetibilidade à caxumba é geral. A doença é cosmopolita, tem comportamento endêmico nos grandes centros, com tendência a manifestar-se sob a forma de surtos em escolas e instituições com o agrupamento de adolescentes e adultos.
O número de casos de caxumba na cidade de São Paulo já chegou a 346 até o dia 14 de maio, enquanto no mesmo período do ano passado foram registrados 68 casos. Em 2015 todo, foram 275 casos, de acordo com a Coordenação de Vigilância em Saúde (COVISA). Neste ano, até metade de maio, foram 48 surtos, sendo 20 em escolas e 17 em empresas. Os restantes ocorreram em cinco residências, um hospital e outras instituições. De acordo com a COVISA, nos 48 surtos registrados, a maioria (83,6%) está na faixa etária de 10 a 29 anos.
É importante que todos verifiquem sua carteira de vacinas.
Consideramos suscetíveis todos os indivíduos com menos de duas doses de vacina para caxumba registradas em caderneta de vacinação, administradas a partir de 12 meses, e com intervalo mínimo de 30 dias entre elas. Indivíduos sem confirmação de vacinação, são considerados susceptíveis.
Consideramos comunicantes todos os indivíduos que tiveram contato próximo com caso suspeito ou confirmado de caxumba no período de transmissibilidade (7 dias antes até 8 dias após o início da parotidite).
A melhor estratégia de controle de surto é a vacinação. Procure seu médico para checar se você precisa ou não ser vacinado. É importante salientar que após a vacinação, essa pode levar até 3 semanas para ter seu efeito pleno e nesse período o paciente pode acabar se infectando.
Geralmente a cura da doença acontece em uma a duas semanas. Não há complicações que levem à morte.
Ainda não há uma conclusão sobre o motivo do aumento de casos. Uma das hipóteses é a de que as pessoas não estejam vacinadas e a outra é a possibilidade de a vacina não dar imunidade para a vida toda. Estudos estão em andamento para que se conclua a situação.
Confira sua carteira de vacinação, e na dúvida procure o serviço médico para orientação.
Dra. Daniela Vinhas Bertolini, Pediatria e Infectologista Pediátrica – CRM 85228