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Cólicas no bebê

O choro é a primeira forma de comunicação social do bebê, sendo considerado uma manifestação normal e fisiológica durante os primeiros meses de vida. Pode sinalizar sede, fome, sono, fraldas sujas, desconfortos relacionados à temperatura ambiente, posição desconfortável, roupas apertadas, cólicas, vontade de ser aconchegado, entre outros. Um certo grau de choro em recém-nascido é esperado nos bebês normais, que vivem em ambiente tranqüilo e equilibrado emocionalmente.

A cólica neonatal é um fenômeno muito freqüente no primeiro trimestre de vida, caracterizado por comportamento de irritação, podendo persistir, às vezes, por períodos mais longos. Existe uma tendência do bebê apresentar comportamentos de inquietude, irritação e choro no período compreendido das 18h às 24h.

Alguns fatores são relacionados a presença das cólicas, como o próprio amadurecimento do aparelho digestivo do bebê, a ingestão de ar durante a mamada, a alimentação recebida pela criança (bebês que estão em aleitamento materno tendem a ter menos cólicas), a alimentação da mãe.

Além desses, aspectos psicossociais maternos ou da família são diretamente envolvidos no desenvolvimento da cólica em vários estudos, sendo descritos a ansiedade materna, insatisfação no relacionamento sexual, vivência de traumas de parto, experiências estressantes, problemas físicos, isolamento social na gestação ou período de amamentação e insegurança materna no cuidado do bebê com maior incidência de cólicas neonatais.

Com relação ao casal, sentimentos de incompreensão, incompetência, impotência, frustração e a sensação de não estarem sendo capazes de cuidar corretamente de seu filho por não conseguirem alcançar o controle da situação ou pelo menos o alívio do desconforto são habitualmente observados, o que costuma acentuar de maneira significativa os sintomas.

Com relação as práticas para minimizarem as cólicas, é possível verificar que existe uma necessidade de maiores investigações científicas para identificar evidências para a indicação de intervenções efetivas no tratamento da cólica do lactente e que, por sua vez, não tragam efeitos adversos na saúde do recém-nascido/lactente.

Por hora recomenda-se práticas que melhorem a interação pais e bebês, como técnicas comportamentais com música, massagem, aumentar o tempo no colo com objetivo de aproximar o binômio mãe-filho proporcionando momentos de maior contato e prazer, além de ajustes da alimentação da mãe, com exclusão de alimentos que promovam piora das cólicas. Em casos mais críticos podemos usar medicações, porém essas devem sempre que possível serem evitadas.

É importante enfatizar aos pais que a cólica é uma condição autolimitante, resolvida por volta do 3º ou 4º mês de vida, e que não está relacionada a patologias, condutas ou cuidados inadequados realizado pelos pais. Manter a calma é fundamental!!!

Fonte: http://www.seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/viewFile/4501/2438

Dra. Daniela Vinhas Bertolini, Pediatria e Infectologista Pediátrica – CRM 85228

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