Sabemos que a chupeta “salva a vida” de muitos pais naquela hora de choro excessivo do bebê ou mesmo cansaço e esgotamento dos pais.
Apesar de algumas vantagens, que são poucas, sabemos que ela pode trazer prejuízos, principalmente se introduzida muito precocemente e usada em períodos muito longos. Por conta disso deve ser evitada ao máximo, sendo ideal seguir orientação do pediatra e fonoaudiólogo, recomendando bico ortodôntico sempre que possível e usando o menor tempo possível, tentando ser retirada antes dos 24 meses.
Importante lembrar que se introduzida nos primeiros dias de vida, quando a criança está em fase de aprendizagem da amamentação, ela também pode atrapalhar esse processo, já que o jeito de sugar o peito é totalmente diferente da forma de chupar a chupeta.
Quando utilizada, o mais recomendado seria uso da chupeta assim que a criança acabar de mamar no peito, mas continuar sugando lábios ou língua, pois assim haverá menos alterações dentárias e dos músculos orais consequentes ao seu uso a corrigir no futuro e menor apego a esse hábito.
Além desses problemas, temos também de ressaltar a possibilidade de prejuízos na articulação e aquisição dos fonemas no desenvolvimento oral e da fala, a maior possibilidade de infecções, já que a chupeta cai no chão, é colocada em vários locais e logo após na boca da criança com muita frequência e a impossibilidade com seu uso frequente, de permitir que a criança coloque outros brinquedos na boca, momento esse importante no processo de descoberta do mundo pelo bebê.
Das vantagens, podemos listar aqui duas mais significativas, que são a colaboração para acalmar a criança, principalmente aquelas que se tranquilizam ao sugar e a possibilidade dela preferir chupar a chupeta ao dedo, que seria um hábito bem mais difícil de tirar. No cômputo geral, as desvantagens vencem de longe.
Portanto, sempre que possível, seu uso deve ser evitado e tentado outras alternativas para acalmar tanto o bebê, quanto aos pais, como medidas de relaxamento, como ninar, abraçar, dar banhos, fazer massagem, usar músicas, brinquedos entre outras possibilidades.
Enquanto o uso acontece, medidas de precaução devem sempre ser adotadas como esterilizar a chupeta sempre antes do uso, não deixar chupeta “amarrada” na criança com prendedores ou mesmo cordões no pescoço, que além de reforçar o hábito, aumentam as chances de acidentes como asfixia.
Outras recomendações são evitar múltiplas chupetas, pois quanto maior o número delas em casa, mais reforço ao hábito existe e evitar chupetas com pedrarias ou outros enfeites que também podem se soltar e causar acidentes por ingestão indevida ou asfixia.
A última recomendação, quando foi introduzida a chupeta na vida da criança, é ter muita paciência e calma na hora da retirada, explicando para criança que esse “companheiro” irá embora, tentando despertar o interesse dela para um novo mundo, com outras possibilidades de distração e busca da tranquilidade mais saudável e com menos riscos.
Em caso de dúvida, procure sempre a orientação de um profissional da saúde.
Dra Daniela Vinhas Bertolini, Pediatra e Infectopediatra – CRM 85228
Fabíola Adriane Pereira Gomes, Fonoaudióloga – CRFa: 11.176